Angola: Interview with Jose Ribeira da Silva

Jose Ribeira da Silva

Director Geral (Angosaude)

2011-03-31
Jose Ribeira da Silva
O sector da saúde em Angola cresceu muito nos últimos anos e tem um grande potencial, com sua grande experiência de diversos anos no sector, qual e a sua análise sobre a economia Angolana e o sector ?

Angola tem sido um pais produtor, essencialmente, de diamantes e petróleo, e isso corresponde a uma percentagem muito elevada de produto interno gerado em Angola.

Os outros sectores de actividade têm crescido, mas a evolução desse crescimento é enganadora, pois como a base de onde se parte é muito baixa, crescimentos percentuais de dois dígitos não traduzem uma melhoria tão significativa.

Angola está a partir do zero em muitas áreas, mas há um espírito novo que importa acarinhar e que pode ser motor de uma reestruturação e diversificação económica desejáveis.

Quanto à questão da saúde, é uma área que muito sofreu com a guerra por força da deslocação das populações e destruição de inúmeras infra-estruturas, além da falta de quadros a todos os níveis, num sector onde o factor humano é nevrálgico.

Nos últimos anos assistiu-se ao lançamento de múltiplas iniciativas, tanto a nível do Estado, como de particulares, nesta área, com a recuperação e melhoramento de várias estruturas já existentes e a construção de novas unidades que permitem esperar uma maior e mais eficaz cobertura sanitária do País, havendo, ainda, um longo caminho a percorrer para o que será necessário que se mantenha o investimento público e privado nesta área.  



Angosaúde iniciou sua actividade há bastante tempo, prestando serviços no sector da saúde. Conte-nos sobre o histórico da empresa e que decisões estratégicas fizeram que a empresa chegasse onde está agora?

Estou ligado a area da saúde desde o ano 2000. Criei esta empresa porque achei que este é um sector importante. Tambem estratégico porque sempre considerei que seria uma área, onde após a paz, o país teria necessariamente que investir, bem como na educação, áreas que são sempre centrais em países que procuram reorganizar-se após situações de ruptura, como são todos os conflitos armados.



Quais são os principais produtos e serviços oferecidos pela empresa?


Nós somos uma empresa que, embora tenhamos um leque largo de oferta, estamos sobretudo direccionados para 3 vectores, equipamentos de diagnóstico de todo o tipo - desde blocos operatórios até montagem de enfermaria basica, passando pelo laboratorio, pela imagiologia, estomatologia, esterelização, enfim todas as áreas de equipamento; mobiliário hospitalar, bem como material gastável e medicamentos.

Importa referir que garantimos assistência técnica e manutenção de todas as marcas que representamos o que constitue um factor diferenciador relativamente à maioria dos nossos concorrentes neste mercado.



Quais são seus principais clientes? Sua empresa busca novos clientes ou fortalece o relacionamento com seus actuais clientes?


Naturalmente procuramos consolidar as relações que temos com alguns clientes que têm um peso muito alto no nosso volume de negócios, mas é claro que há sempre necessidade de angariar novas parcerias, novos clientes e ampliar a nossa quota de mercado.



Qual é a sua estratégia de crescimento da empresa e quais são seus principais projectos para 2011- 2013?

A nossa estratégia assenta no reforço da nossa intervenção no mercado através da crescente fidelização dos nossos clientes e expandir a empresa para as várias Províncias do país.



Na sua opinião, de que forma os investimentos estrangeiros são importantes para o desenvolvimento do País, inclusive para sua empresa?


Os investimentos estrangeiros são sempre importantes porque os investimentos criam emprego. Eles têm, no meu ponto de vista, 3 vantagens fundamentais: 1) criar emprego; 2 ) criar riqueza; 3) criam normas de conduta no mercado que são trazidas em parte pelos investidores que tem a ver com o metodo, disciplina e com sentido de compromisso. Por tudo isso o investimento estrangeiro é importantissimo.   



O senhor poderia comentar a respeito do seu histórico pessoal e profissional até à posição de administrador, e qual foi o maior desafio que enfrentou?

Meu maior desafio foi quando cheguei a Angola em 1981, em plena fase    da guerra civil, em que eram exigidos inúmeros sacrifícios, mas por outro lado foi uma época exaltante em que me  apaixonei por esta terra. Sou economista e trabalhava num banco em Portugal. Vim para Angola pela primeira vez para fazer uma  consultoria no ministério da indústria e ser assessor do respectivo Gabinete do Plano, por um período de 6 meses.

Abri o primeiro escritório de representação de um banco português após a independência (Banco Espírito Santo) e dirigi a sucursal do I.P.E. em Angola. Depois disso regressei a Portugal para dirigir o departamento de Emigração na área internacional do Banco Espirito Santo e finalmente voltei a Angola para trabalhar na area da saúde onde estou até agora.
No total são quase 30 anos de ligação a Angola…



Qual seria a sua mensagem final para os nossos leitores, que são empresários e potenciais investidores em Angola, e que lerão sobre a sua empresa na revista US News e no nosso website?

O que podemos oferecer não é muito, mas é decisivo para quem busca parceiros credíveis neste mercado -  experiencia, qualidade e honorabilidade.

Primamos pela qualidade, procuramos ser eficazes naquilo que fazemos e sermos idóneos em todos os compromissos que assumimos.